Empresários preferem países de língua portuguesa

Há muitas empresas portuguesas interessadas em investir nos países em que a SOFID atua?
Sim, e isso vê-se pela quantidade de reuniões que tivemos em 2012: mais de uma por dia. Também nos esforçamos por levar a missão da SOFID a um número maior de empresários, através da participação em congressos e da visita a empresas. Foi um esforço que compensou, uma vez que conseguimos mais contratações em 2012 do que nos quatro anos de vida anteriores: cinco este ano, por comparação com as quatro até agora.
Não parecem muitas, mas serão de grandes projetos?
São bastantes se pensarmos que atuamos num nicho e que se trata de investimentos de pequenas e médias empresas em países de risco elevado. Os processos de estudo e de análise, quer por parte da empresa promotora, quer por parte da SOFID, são sempre mais demorados do que num investimento interno. Tipicamente, podemos aprovar e contratar uma operação em três meses ou em dois anos. Depende do mercado onde o promotor quer investir.
A construção em crise em Portugal tem saída nesses países emergentes?
Temos tido muita procura, recentemente, deste setor e é verdade que há oportunidade de crescerem nesses países. Até noutros setores, como sucedeu com a Moviflor, cujo projeto para abertura de uma loja em Moçambique a SOFID apoiou. Neste momento, estão a escoar mobílias fabricadas em Portugal, que não tinham saída devido à crise, e que, agora, estão a ter sucesso.
Que tipo de projetos mais tem financiado?
A maioria dos projetos são em Angola e Moçambique, mas também temos na África do Sul, México, Marrocos e Brasil. Estamos, também, interessados em olhar mais para Cabo Verde, Chile, Peru, sendo certo que os empresários portugueses preferem, geralmente, países de língua oficial portuguesa. Têm de ser projetos sustentáveis a nível ambiental e social, nomeadamente criando emprego local.
Quais os montantes normais dos projetos?
O valor mínimo são 250 mil euros, mas a média do valor contratado é de 1,1 milhão de euros. Isto porque financiamos equipamento e construção, aquilo que é mais caro na internacionalização de uma empresa. Não financiamos fundo de maneio para o dia a dia das empresas. Temos contratados 22 projetos no montante global de 25 milhões de euros.
Corno funcionam a nível de concessão de garantias?
Estamos a ser muito solicitados a esse nível, dando garantias locais às empresas. Há projetos que geram receitas locais e aconselha¬mos as empresas a não se endividarem em moeda forte, pelo que os bancos locais acabam por ser parceiros privilegiados de negócios dessas empresas. A SOFID disponibiliza uma garantia que substitui o risco da empresa, o que facilita o crédito local e dá acesso a taxas de juro mais vantajosas.
2013-01-08 10:40:49
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